A "TROPICÁLIA" CAPIXABA

Um espetáculo com música, dança e teatro acontecerá no Teatro Carlos Gomes na próxima quinta-feira. O projeto Canto Solidário leva ao palco diversos artistas locais para apresentarem "Tropicália", pela segunda vez, em uma homenagem a um dos mais importantes movimentos culturais do país.

O show é em prol de uma causa nobre: ajudar os portadores do vírus HIV no Estado. No espetáculo desta edição, Elaine Rowena interpreta Gal Costa. Outros personagens são Caetano Veloso, na pele de Jace Theodoro, e Gilberto Gil, vivido por Markus Konká. Pela primeira vez no espetáculo, Konká fará uma apresentação literária de um texto da Tropicália.

Também fazem parte do show o grupo de teatro Geta, comandado por Anderson Lima. Entre os músicos, representantes de várias vertentes, como o soprano Cláudio Modesto e a cantora Juana Zanchetta, do Bloco Bleque, além do baterista do Java Roots, Anderson Xuxinha. Se destacam ainda Marcela Lobbo, que vem do Rio de Janeiro, e Vera da Matta.

No roteiro, elaborado pelo jornalista José Roberto Santos Neves, um passeio pelos principais momentos e canções, como o discurso "É proibido proibir", feito por Caetano no Festival Internacional da Canção, em São Paulo, na década de 60. Nesta hora, a plateia é convidada a interagir, com xingamentos e bolinhas de papel - entregues na entrada - para se comportarem como o público daquele setembro de 68.

As falas dos personagens são todas reais e foram retiradas de artigos de jornais e entrevistas. "É um movimento presente da cultura brasileira. Ele soube se renovar e se manter no poder. Até hoje, influencia toda a produção cultural do país", destaca o jornalista. Para ele, outro marco do movimento é que ele não admite preconceitos, englobando diversos estilos musicais. Isso o aproxima da proposta do show, de lutar contra um preconceito ainda existente contra as vítimas da Aids

Tweet