CRÍTICA DA SÉRIE 'VAI QUE COLA'
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CRÍTICA DA SÉRIE 'VAI QUE COLA'


Mais uma empreitada da Multishow na área de humor estreou ontem. Trata-se da série 'Vai que cola', programa que promete ser o carro-chefe do canal no que tange a comédias. Leia, abaixo, a crítica do Outros 300 acerca do seriado.


Feito para o sucesso
Programa tem bom roteiro, direção e elenco, mas falta engrenar

Quarenta episódios, diários, em uma TV fechada. Não é à toa que a Multishow se cercou por todos os lados para fazer sua série de humor 'Vai que cola' da forma mais impecável possível. Não havia espaços para erros, pois senão o desperdício seria grande.

Não é de hoje que a Multishow tem investido em humor (tal gênero tem sobrepujado até a música, viagens e sexo no canal), mas havia a necessidade de se investir em algo grandioso e realmente ambicioso. Daí surgiu a ideia da série, uma espécie de 'Sai de baixo' dos anos 2000.

O investimento é grande, uma vez que uma TV fechada não dispõe dos mesmos recursos de uma TV aberta, logo, conforme dito acima, qualquer erro sairia literalmente caro. Por isso que todos os envolvidos no projeto foram escolhidos a dedo. 


A dispor: Escrito por Leandro Soares; com João Fonseca e César Rodrigues na direção; Rosana Hermann, Renato Fagundes, Fil Braz e Gabriella Mancini no roteiro; e, principalmente Paulo Gustavo, Samanta Schmutz, Mateus Majella, Cacau Protásio, Fernando Caruso, Catarina Abdalla, Emiliano D'Ávila e Fiorella Matheis no elenco.

O preciosismo foi tanto que, por exemplo, dois diretores, um de teatro (Fonseca) e um de TV e cinema (Rodrigues) foram elencados para, cada um, dar sua colaboração na parte em de que mais entende. No roteiro, Hermann, estreia em TV fechada. No elenco, além das estrelas da própria Multishow, globais como Protásio, Matheis, Schmutz e D'Ávila, dão credibilidade à coisa. E, é claro, a aposta em Paulo Gustavo, em grande momento na TV (no '220 Volts' também da Multishow), no teatro e no cinema (com 'Minha mãe é uma peça').


O programa

Após se meter em uma falcatrua, o malandro Valdomiro (Paulo Gustavo) vai morar  em uma pensão, localizada no subúrbio carioca, tentando fugir da Polícia Federal. A trabalhadora Dona Jô (Catarina Abdala), dona da pensão, o recebe como hóspede e vê que nele existe um bom coração.

Enquanto tenta reescrever sua história por linhas tortas, Valdo tem que lidar com as provocações do criado insolente Ferdinando (Marcus Majella), do assédio da fogosa Terezinha (Cacau Protásio), das esquisitices do misterioso Wilson (Fernando Caruso) e das confusões do jovem casal Jéssica (Samantha Schmutz) e Máicol (Emiliano D’Avila).

Para gerar ainda mais confusão, chega à pensão a linda, alta e loira Velna (Fiorella Mattheis), que se passa por uma gringa e deixa os homens enlouquecidos.


A crítica

A Multishow caprichou. Ao contrário das atrações musicais, no humor a emissora manda bem. Tudo foi bem redondinho, bem executado, sem erros. Talvez neste fato (não ter erros) foi que o programa soou, por mais paradoxal que seja, chato.

Houve boa vontade do roteiro e não nos deparamos com muitas piadas manjadas, longe disso até. Tentou-se rir de situações e não de piadas bobas e previsíveis. A ideia é clara: O programa é popular. Para o papai, a mamãe e os filhinhos, mas passa ser longe de ser popularesco. Disto, tiro só o fato do desnecessário "figurino" de Fiorella Mattheis, que passou o programa todo de biquine, num descartável apelo sexual.

O programa gira todo em cima de Paulo Gustavo (uma espécie de Caco Antibes mais pobre) e ele tem um bate bola legal com todos do elenco.  Aliás, diga-se de passagem, o roteiro foi bem bacana, pois deu espaço para todos do elenco brilharem, cada um a seu momento.


O cenário é que foi bem bacana. O palco é girado por um eixo que divide três espaços distintos. A sala, o quarto e o banheiro da pensão. Fórmula bem bacana.Não entendi muito bem as risadas, digamos, efusivas, no inicio do programa, pois, até então, o mesmo só se preocupava apenas em apresentar os personagens, isto soou, no mínimo, suspeito. Achei o elenco um pouco cheio demais. Dois ou três personagens talvez fossem desnecessário (a não ser que eles revezem durante os programas).

Paulo Gustavo, uma espécie de capitão do time, estava muito preocupado em acertar e isto o travou. Ele, por exemplo, inibiu os cacos (improvisos) de Caruso, que provavelmente seriam bem engraçados dado o timing do comediante. Houve quem elogiasse Samanta Schmultz. Me permito discordar. Schmultz se acha gostosa, mas não o é. Logo a adolescente funkeira gostosona que ela está interpretando não passa verdade.

Mattheis está na série, presumo, somente porque é bonita. Não à toa que ficou de biquine o programa todo, pois nunca vi menina tão sem graça e expressão. Majella fez um gay tão estereotipado que também não deu pra ver graça ali. Protásio e Caruso, que pareciam ser os personagens mais engraçados, foram, por incrível que pareça, os menos explorados. 


O programa foi bom, mas não foi engraçado (em alguns momentos talvez), mas tenho certeza absoluta que, pelo capricho da direção e elenco, que pegará no tranco. 'Vai que cola' é uma boa opção, principalmente para os fãs de um humor mais simples, singelo, mas não bobo.



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