Cultura
CRÍTICA DO FILME 'DEZESSEIS LUAS'
Grande aposta dos estúdios cinematográficos de Hollywood, a (possível) saga 'Dezesseis Luas' surge como uma "Nova Crepúsculo". Confira, abaixo, a crítica do Outros 300 acerca do filme. Será que teremos uma nova super série de filmes como o de Edward, Bella e cia?
"Crepúsculo 2" não decola
Preocupação em imitar saga de Bella e Edward deixa livro e filme vazios e sem sal
A depender da direção, roteiro e edição são pessimistas as possibilidades de 'Dezesseis Luas' sequer ter uma continuação no cinema, ainda mais fazer sucesso como 'Crepúsculo' fez. A rigor, ao tentar imitar ao máximo o esquema principal de confecção de cenas e imagens da saga dos vampirinhos, 'Dezesseis Luas' parece ter exagerado na dose e tornado a coisa, digamos, artificial demais até mesmo para os fãs nem tão exigentes deste tipo de filme.
Parece que toda a criação de 'Dezesseis...' (desde o livro escrito pela dupla Kami Garcia e Margaret Stohl) foi feita evidentemente para ser uma continuação dos livros de Stephanie Meyer. Chega ser irritante imaginar que mesmo o fã mais desatento não irá perceber que está defronte a uma cópia deslavada e piorada de uma fórmula pra lá de exprimida até o bagaço.
Quando chegamos ao filme as "coincidências" são ainda maiores. Reparem: Casal adolescente. Cidade pequena. Um ser sobrenatural que se apaixona por um humano "normal". Muito romantismo, abnegação e batalha pelo amor e pela vida. Tudo isso recheado a muita fantasia, efeitos especiais e diálogos melosos e dramáticos... Lembra alguma coisa?
Contudo percebi que o público não caiu nessa ideia. Tanto que os cinemas não lotaram quanto imaginavam que lotariam e a bilheteria tem sido aquém do que esperavam. Uma pena até, pois, se é parecido, pelo menos 'Dezesseis Luas' é mais bem dirigido e interpretado do que os dois primeiros filmes do 'Crepúsculo'.
O leitor mais atento vai se lembrar que escrevi nas primeiras linhas que o filme foi mal dirigido, certo? Então com isso digo abertamente que os dois primeiros filmes do 'Crepúsculo' foram duros de engolir a ponto do 'Dezesseis...' ser "menos pior".
O elenco de apoio, pelo menos, era de causar expectativa. Oscarizados Viola Davis, Emma Thompson e Jeremy Irons teoricamente tinham de tornar a coisa mais "profissional". Esqueçam. Irons continua o mesmo canastrão de sempre, Viola ficou apagada, apagada e só Thompson teve destaque. O casal protagonista (Alden Ehrenreich e Alice Englert) tem o mérito de terem sido melhores do que Kristen Stewart e Robert Pattinson o que, cá entre nós, não é lá muito difícil.
A trama do filme também é menos irritante. Lena, a conjugadora (uma espécie de "pré bruxa") não é tão bobinha, sem confiança e irritante como Bella, e nem Ethan é tão blase quanto Edward. E ninguém brilha à luz do dia e isso é importante.
Os dois se conhecem na escola e Ethan é o garanhão do lugar. Quando conhece Lena ele começa a implicar com ela, e a garota devolve na mesma moeda. Nada de olhares bobos, e salvamentos de atropelamentos como em um outro certo filme. O problema é que o amor dos dois estava fadado (por feitiço) a acontecer o que, desculpem o termo, caga todo o bom inicio da coisa.
Depois a garota se vê obrigada a seguir seu destino, pois em seu aniversário de 16 anos seus poderes serão clamados ou pela Luz ou pela Escuridão. Emissários dos dois lados a querem para si, já que a moça pode ser a feiticeira mais poderosa de todos os tempos. Daí, claro, a dupla decide lutar com todas as suas forças contra a maldição de Lena tendo, claro, muito amor como combustível.
A fotografia do filme é bacana, mas a edição de arte não. Em alguns momentos os efeitos especiais dão show (especialmente nas cenas com uso de poderes), mas em outros derrapa feio (os personagens nunca são atingidos pela neve, por exemplo). O roteiro não é fraco, mas é igual a outros e não empolga. Vários porquês ficam sem respostas e isso também irrita. E os coadjuvantes não ajudam muito.
Logo 'Dezesseis Luas' apesar de um ou outro elogio nesta coluna não é nossa indicação sequer para os fãs de filmes do gênero. Será muito menos dispendioso aguardar o filme sair em dvd, pois ele não vale o ingresso. Se você não é fã de filmes românticos sobrenaturais passem longe dele! Pois vocês sairão decepcionados e, digo mais, até irritados com um filme tão chatinho, chatinho.
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