O diretor alemão Uwe Boll é, pelo motivos errados, uma lenda na indústria cinematográfica. Incapaz de produzir um filme ao menos razoável, ele é o responsável por cometer atrocidades como “Alone in the Dark” (2005), “BloodRayne” (2005), “Dungeon Seed” (2006), “Postal” (2007) e “Far Cry” (2008). Em comum, além do diretor e da péssima qualidade, está o fato de que essas obras – e suas lamentáveis continuações – terem sido todas baseadas em jogos de sucesso.
A matemática é simples: com pouca grana, Boll entregava filmes ruins, mas que acabavam rendendo alguma coisa no mercado de DVDs pelo fato de carregarem nomes “fortes”.
Claro que nem só de Uwe Boll vivem as adaptações de games para o cinema. O problema é que, mesmo fazendo um “top 10”, acabamos com filmes no máximo medianos como “Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo” (2010), “Hitman – Assassino 47” (2005), “Max Payne” (2009) ou a série “Resident Evil”, que já conta com quatro filmes. Ou seja, nunca um filme baseado em games foi realmente relevante.
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Para a alegria dos fãs, isso parece estar prestes a mudar. O crescimento da indústria dos jogos eletrônicos fez com que eles passassem a ser levados mais a sério. A mudança passa, também, pelo amadurecimento dos games, que, cada vez mais, apresentam histórias envolventes e dignas de ganharem vida na sétima arte.
O que também tem empolgado os estúdios são os excelentes resultados que as adaptações de histórias em quadrinho têm obtido, principalmente com a última trilogia do Batman e com “Os Vingadores” (2012), a terceira maior bilheteria da história do cinema. “São universos considerados similares para a indústria do cinema; mundos que, por muito tempo, não foram levados a sério”, explica Jesse Schedeen, do portal de cultura pop IGN (www.ign.com).
Entre os filmes que estão no forno, ele destaca dois que podem realmente mudar a maneira como o cinema encara os games: “Assassin’s Creed” e “Splinter Cell”. Os dois jogos, desenvolvidos pela Ubisoft, têm potencial e história para bons filmes. Schedeen pontua que Hollywood será obrigada a encarar com seriedade os filmes em virtude de Michael Fassbender e Tom Hardy, dois nomes de muito destaque recente, estarem envolvidos nos filmes. Fassbender (“X-Men – Primeira Classe” e “Prometheus”) será protagonista e produtor de “Assassin’s Creed”. Já Hardy estrelará “Splinter Cell”, série de jogos concebida por Tom Clancy, um dos maiores nomes dos romances de espionagem.
Outro jogo que também deve render bons frutos na telona é “World of Warcraft”. O filme será dirigido por Duncan Jones, do excelente “Lunar” (2011). Em sua conta no Twitter, o diretor, “gamer” assumido, afirmou que fará um grande filme. “É possível fazer um filme decente de videogame? Sempre disse que sim. Agora vou fazer um”, prometeu.
Confira outros jogos que podem ser adaptados para o cinema
Splinter Cell
Ainda sem diretor confirmado, o filme terá Tom Hardy como o espião Sam Fisher e terá o roteiro escrito por Eric Singer, de “Trama Internacional”.
Assassin’s Creed
Provavelmente estrelado por Michael Fassbender, o filme deve acompanhar um assassino da Ordem na eterna batalha contra os Templários.
Warcraft
Depois de Sam Raimi (“Oz: Mágico e Poderoso) abandonar o barco, o ótimo Duncan Jones assumiu o filme, que deve sair no final de 2014.
Uncharted
A produção já teve nomes como David O. Russell (“O Lado Bom da Vida”) como diretor, Mark Wahlberg e Robert De Niro como protagonistas. Não vingou. Mesmo assim, “Uncharted” é um dos jogos com mais potencial cinematográfico e, por isso, uma adaptação continua em pauta.
Bioshock
Outro jogo que, se bem adaptado, se transformaria em uma experiência cinematográfica única. Gore Verbinski (“Rango”) já esteve ligado ao filme.
Gears of War
O diretor Len Wiseman e sua esposa, a atriz Kate Beckinsale, chegaram a iniciar a produção, que custaria US$ 150 milhões. O problema é que a produtora New Line resolveu cortar gastos. Quando Wiseman abandonou o projeto, o filme foi colocado na geladeira.
God of War
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