Mistério pascal
designa a Paixão, Morte,
Ressurreição e Ascensão aos céus de Jesus Cristo.
Por Mistério Pascal entende-se este conjunto de acontecimentos, históricos e meta-históricos, entendidos como uma unidade inseparável nos seus diversos elementos.
Para a teologia cristã, o Mistério Pascal é o principal artigo da fé e o conteúdo essencial da pregação e missão da Igreja.
Na verdade, para os cristãos, foi pelo Mistério Pascal de Cristo que se consumou a salvação de todos os homens e se inaugurou o tempo novo da Redenção. É pelo Mistério Pascal que todos os homens são salvos e participam da vida divina. Logo, pode-se entender o Mistério Pascal o supremo sacrifício, de valor infinito, que Jesus ofereceu a Deus Pai a favor da salvação de todos os homens.
A palavra
Mistério tem, nesta expressão, não o sentido vulgar de
"coisa oculta", "enigma", mas sim o sentido, corrente nos escritos de São Paulo, de realidade que nos supera mas que é objecto de uma revelação progressiva.
Pascal, porque a entrega de Cristo na Cruz e sua Ressurreição estão intimamente ligados à Páscoa, ou seja, à festa dos judeus, que comemora a sua libertação da escravidão do Egipto, e a que Cristo dá o sentido novo de libertação da escravidão do pecado e da morte.
Assim como a Páscoa, para os judeus, está ligada à passagem do Mar Vermelho, para os cristãos liga-se à passagem da Morte para a Vida, sentido último do Mistério Pascal. Assim como Cristo morreu mas voltou à vida, os cristãos crêem que, por esse mesmo mistério, são também libertados da morte e reconduzidos à vida.
O Mistério Pascal, como realidade fundamental da fé cristã, está presente na sua pregação e, de modo especial, nos seus sacramentos. O Baptismo corresponde, para aos cristãos, a uma inserção do indivíduo no Mistério Pascal de Cristo, pela qual passa a fazer parte também da Igreja. Pelo baptismo, o cristão, à imagem de Cristo, é retirado da morte para a vida nova da graça. O Mistério Pascal está presente de forma mais intensa na Eucaristia.
Neste sacramento, o Mistério Pascal é renovado, ou seja, tornado presente para os que o celebram, de modo que todos recebem os seus frutos de salvação. O Mistério Pascal de Cristo, aliás, está presente em todas as celebrações da Igreja, sacramentais e não sacramentais. Todas elas são, de alguma forma, celebração e actualização do Mistério Pascal.