Cultura
REPORTAGEM ESPECIAL - A EVOLUÇÃO DOS LIVROS FEMININOS
Há décadas que as editoras apostam num público fiel, compulsivo e exigente: As mulheres. São em sua maioria delas (ou destinadas a elas) os títulos mais vendidos nas editoras de todo o mundo. Quem pode explicar esse fenômeno?
A rigor podemos começar por uma caraterística nata. As mulheres tendem a ser mais criativas e sonhadoras do que os homens, o que as fazem ter mais afeição aos livros do que aos filmes (que entregam todo o cenário, personagens e mistérios de mão beijada). A mulher gosta de pensar, de imaginar e de criar (não que os homens não o façam, por favor), mas, cá entre nós, essa virtude ninguém pode tirar delas.
Sabrina, Júlia e muita água com açúcar
Num primeiro momento as editoras menosprezaram o intelecto feminino restringindo o destino de obras especificas às mulheres, à livros de romance dito água com açúcar, ou seja, bem bobinhos e românticos no último. Não era incomum, para a turma dos anos 80, que um exemplar dos famigerados "Sabrina" ou "Júlia" aparecesse perdido num quarto de uma adolescente ou malocado numa gaveta de cozinha de uma dona de casa.
Sabrina e Júlia é coisa de velha!
Contudo era óbvio que, à medida que as mulheres vinham ganhando seu espaço na sociedade e, por consequência, adquirindo mais informação, que os livros destinados a seu público se sofisticassem. Logo "Sabrina" e "Júlia" penduraram seus lenços molhados de choro e foram substituídos por tramas mais bem elaboradas.
Nicholas Sparks: O cara!
Se teve alguém que soube abstrair o melhor dos livros românticos antigos esse alguém é Nicholas Sparks! O autor é uma máquina de best-sellers ambulante. Tendo como foco muito romance, suspense, e amor, o autor passou a ser o criador de histórias para mulheres mais bem sucedido do mundo (Nora Roberts é uma grande concorrente). Não bastando, onze em cada dez livros de Sparks vai para o cinema. Você já deve ter pelo menos ouvido falar em "A Última Música" ou "Querido John", não já?
"Eu confio em você, Edward"
Porém nada é tão emblemático como os livros de vampiro. Stephenie Mayer quando criou a saga "Crepúsculo" deu um tiro na mosca! Ao trocar os "eventos separadores" do casal protagonista das já manjadas viagens, traições ou ida para exercito, pela impossibilidade sobrenatural do amor, a autora trouxe algo novo ao mundo literário feminino, almejando uma legião incrível de fãs.
A fórmula do sucesso!
Vamos a fórmula do sucesso de Sparks e Meyer: Pegue um (a) garoto (a) do interior que conhece um (a) garoto (a) quem vem da cidade. Eles se apaixonam e vivem um grande amor. Logo um impedimento (natural ou sobrenatural) como uma viagem, um alistamento no exército ou um vampiro que não pode morder uma humana, aparece e separa o casal. Neste meio-tempo um (a) antagonista tenta conquistar o (a) mocinho (a). Mas logo o casal protagonista vence o problema e fica junto. Pronto! Agora eu posso escrever meu livro (risos)
Os homens são uma droga, mas nós gostamos deles
Outro filão inusitado são os livros de auto-ajuda destinado às mulheres. Os títulos normalmente depreciam os homens em detrimento a mulher enganada ou superiora e as "ensina" a lhe dar com os machos, supostamente falando sua língua. Os títulos dos livros são bem engraçados e todos, por fim, tem o mesmo roteiro, por assim dizer.
A moda agora é o erotismo
Chega de ter aquela coisa velada, subentendida. O que tem feito muito sucesso atualmente são os livros eróticos destinados ao público feminino. Livros como "Cinquenta Tons de Cinza", bateu recordes de vendas no Reino Unido, transformou-se em fenômeno e é um dos livros mais comentados em todos os cantos do planeta. E seu sucesso pôs a literatura erótica nas listas de best-sellers de vários países, levando editoras a apostar no gênero. O livro de E. L. James saiu com tiragem inicial de 200 mil exemplares – número muito acima da média. E o sucesso da obra já garantiu sua adptação para o cinema. Não preciso nem dizer que abriu um espaço para que outras editoras investissem no mesmo caminho.
Nota do blogueiro: Que fique claro que a análise é através de um viés de como supostamente as editoras vêm o grande público feminino. É claro que as mulheres tem outros gostos, mais sofisticados e diferentes dos apresentados aqui. Repito, é uma análise pelo ponto de vista das editoras.
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