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  1. Forte tempestade solar chega à Terra

Megatempestade irrompe o Sol

Erupção da classe X, a mais perigosa, abre era mais explosiva da estrela

Às 4h13m da madrugada de ontem (05/03), uma grande explosão irrompeu do Sol. Segundo o prognóstico da Nasa, a tempestade atingirá a Terra entre a noite de quarta e quinta-feira. Embora seja um fenômeno de grande magnitude, o planeta não está na linha de choque com a radiação liberada, e, portanto, quase não sofrerá consequências. Nos próximos dois anos, porém, erupções como esta devem se tornar cada vez mais comuns.

A tempestade formalmente conhecida como ejeção de massa coronal é da classe X, a mais perigosa de todas. Se pegasse o planeta de frente, prejudicaria as telecomunicações e a navegação, desativando redes de energia elétrica e afetando os satélites em órbita. Seria, também, um risco à saúde dos astronautas em missão no espaço. Por sorte, ao menos desta vez nenhum desses acontecimentos está previsto. 
Segundo o Centro de Predição do Clima Espacial da Nasa, explosões colossais de partículas serão mais comuns nos dois próximos anos, até que o astro atinja o máximo solar, como é conhecido o pico de sua atividade.

O Sol passa 11 anos com alta atividade solar e outros 11 em baixa explica Victor d Ávila, pesquisador do Grupo de Estudos do Sol (Girasol) do Observatório Nacional. As manchas solares aumentam em número e tamanho conforme ele se aproxima do máximo solar, um estado em que o seu campo magnético também adquire um formato mais distorcido.

Grandes erupções como a vista esta semana vão se repetir com uma frequência crescente até o fim de 2013, quando, estima-se, o astro entrará em um período de menor atividade. Não há garantia, no entanto, de que esta previsão estará certa. 
O Sol reserva surpresas aos astrônomos o último período de baixa atividade da estrela, por exemplo, foi extraordinariamente extenso, durando 13 anos. Agora, o astro parece disposto a perder o tempo perdido, acordando com erupções mais fortes. A última a chegar à classe X ocorreu há menos de quatro meses. Ainda assim, os cientistas podem evitar surpresas desagradáveis.

Foram lançados diversos satélites para monitorar especificamente a atividade solar, o que nos permite conhecer uma erupção solar perigosa dias antes de ela chegar ao nosso planeta ressalta d Ávila. Mas precisamos ter cuidado porque, fatalmente, um dia estaremos na mira de um tempestade geomagnética extremamente forte, como já foi registrado em algumas ocasiões no passado.

Na próxima vez, no entanto, será mais complicado, porque nunca tivemos uma civilização tão dependente de fios. Haverá um blecaute muito extenso, e precisamos estar alerta a isso. As companhias de energia elétrica devem tomar uma série de medidas de prevenção. 
A elevação da atividade solar está provocando outros comportamentos no espaço. A radiação emitida pelo astro está aquecendo a termosfera a região mais externa da atmosfera , fazendo com que ela se expanda. Assim, objetos em órbitas mais baixas têm encontrado mais moléculas em seu caminho e caído mais rapidamente.

Em janeiro, um relatório da Nasa sobre lixo espacial destacou que este fenômeno acelerou o ritmo de incineração na atmosfera dos detritos de um satélite chinês um russo e um americano. O primeiro foi destruído em um teste de armas realizado pela própria China; os dois últimos colidiram entre si.



Maior tempestade solar desde 2004 atingiu a Terra em cheio


 

Imagem, divulgada pela agência espacial americana, mostra tempestade solarUma forte tempestade solar, que parecia se dissipar, atingiu a Terra em cheio na noite de quinta-feira (08), tornando-se o evento geomagnético mais importante desde 2004, disseram nesta sexta-feira especialistas americanos, que esperam mais atividade para este fim de semana.

A descarga de radiação solar causou poucos transtornos na rede elétrica, mas obrigou as companhias aéreas a desviar rotas em torno dos pólos e gerou imagens impressionantes de aurora boreal em algumas partes do mundo.
O fenômeno começou na noite de terça-feira com uma série de explosões no Sol, que lançaram partículas carregadas em grande velocidade para a Terra, mas a tempestade parecia se dissipar na quinta-feira, sem provocar os cortes de energia ou os problemas com os sistemas de navegação por satélite GPS, como se esperava.
 

Espetáculo de aurora boreal na região de Yellowknife, Canadá (Foto: AP)As condições mudaram à noite, quando aumentou a intensidade da tormenta, que se elevou à categoria "forte" (G3) em uma escada de um a cinco, disse Bob Rutledge, chefe do departamento de previsões do clima espacial na Adminstração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

"Acabamos recebendo alguma coisa do forte impacto que esperávamos", disse, explicando que a mudança se deveu a uma alteração no campo magnético dentro da ejeção de massa coronal que explodiu fora do sol.

"Quando se olha a tempestade 
de forma global, em termos de tamanho e de potência,
 poderia se dizer que é a tormenta mais forte
 desde novembro de 2004", disse.
Nos estados do norte dos Estados Unidos, como Wisconsin, Michigan e Washington, houve registros de um espetáculo de luz noturna, causado pela aurora boreal, quando partículas altamente carregadas interagem com o campo magnético da Tierra, criando um brilho colorido.

E embora os operadores elétricos já tenham "visto estas alterações em seus sistemas, tudo deveria estar dentro do que são capazes de manejar", acrescentou Rutledge.

Embora se espere uma redução paulatina da tempestade a partir desta sexta-deira, Rutledge advertiu sobre a possibilidade de mais alterações até domingo devido a uma erupção durante a noite na mesma região solar conhecida como 1429, que tem estado em atividade desde o começo da semana.

A labareda solar atingiu nível dois em uma escala de cinco e não foi tão grande quanto a erupção de terça-feira, mas se combinou a uma ejeção de massa coronal que, segundo Rutledge, se dirigirá para a Terra na madrugada de domingo.

"Vai afetar a Terra. Dirige-se diretamente para nós", disse.
"Achamos que isto poderia provocar uma intensidade de tempestade que pode alcançar novamente o nível G3. Não achamos que tenha a mesma intensidade sustentada que teve a tempestade que acaba de terminar", acrescentou.

As tempestades geomagnéticas e de radiação são cada vez mais frequentes à medida que o Sol evolui de seu período de mínima a máxima atividade nos próximos anos, mas as pessoas geralmente são protegidas pelo campo magnético da Terra.

No entanto, alguns especialistas estão preocupados porque, como a dependência da tecnologia de satélites GPS é maior do que durante o último máximo de atividade solar, poderia haver maiores transtornos na vida moderna.
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