Cultura
TRAMA DAS REDES É TEMA DOS SEMINÁRIOS INTERNACIONAIS MUSEU VALE 2013
Museu Vale recebe, em Vila Velha/ES, conferencistas nacionais e internacionais que discutirão a importância das redes na cultura do século 21 e sua relação com a arte e a comunicação contemporâneas. Em sua oitava edição, o evento acontece de 13 a 17 de março
Mais que um fenômeno, as redes tornam-se importantes espaços de discussão e mobilização social. A explosão das novas tecnologias criou um sem-número de possibilidades de interação humana e diluição do tempo, sem falar em outras tantas formas de representar a arte. A relação entre tecnologia, arte e cultura, que fascina artistas, estudiosos e especialistas, foi o tema escolhido pelo Museu Vale para a oitava edição dos Seminários Internacionais Museu Vale, que este ano tem por título “Cyber-arte-cultura: a trama das redes”.
Tecnologia e arte: transformações do novo tempo
Está cada vez mais evidente que o uso das tecnologias tem levado a uma proliferação de novas linguagens e percepções da realidade, em função dos novos recursos imagéticos que o mundo virtual disponibiliza para os artistas - novas formas de criar que vêm sendo cada vez mais exploradas e ampliadas. Para o filósofo Fernando Pessoa, coordenador dos Seminários, o tema escolhido para 2013 responde a uma demanda “da própria época que a gente vive”. – Estamos sensíveis a quanto o universo digital comove o mundo atual, e não poderíamos ficar indiferentes a essa questão tão palpitante hoje em dia – revela.
Pessoa ressalta que um aspecto importantíssimo dessa mudança é o espaço que a arte vem conquistando. – O mundo virtual permitiu que a arte saísse do domínio praticamente exclusivo das galerias e dos marchands. Hoje qualquer artista pode criar um blog ou um site, exibir e vender diretamente os seus trabalhos. Essa descentralização de mercados que a internet possibilitou dá maior autonomia aos artistas, que hoje não dependem mais do nome de seu marchand ou da análise de sua obra por um crítico famoso para comercializar suas obras – diz o coordenador.
Ronaldo Barbosa, diretor do Museu Vale, destaca o impacto do ferramental disponibilizado pela tecnologia sobre o fazer-arte contemporâneo. – É uma nova concepção da arte. A produção artística mudou muito com a tecnologia, sobretudo em relação ao tempo: hoje, praticamente tudo acontece em tempo real, e a arte não poderia deixar de se expressar dessa nova maneira – constata, anunciando que o Museu Vale realizará, em 2013, duas exposições bastante conectadas com a temática dos Seminários. – Mais ou menos no final de abril teremos a exposição Reinventando o mundo, uma coletiva que reunirá muita gente que já trabalha com as tecnologias mais atuais.
Em outubro, para comemorar os 15 anos do Museu Vale, faremos um contraponto ao tema dos seminários com uma grande mostra individual de pintura. – Escolhemos a artista capixaba Regina Chulam, que viveu 30 anos em Lisboa e agora vive e produz sua arte em Aracê, nas montanhas do nosso estado – comemora Ronaldo.
Desde a sua primeira edição, em 2006, os Seminários Internacionais Museu Vale são uma realização de Suzy Muniz Produções, em parceria com o Museu Vale.
As redes e suas tramas
Para refletir sobre temas tão contundentes e que envolvem tanta gente no mundo, a curadoria buscou formar um time de palestrantes bastante diversificado, de modo a formar um verdadeiro mosaico sobre o tema, segundo Fernando Pessoa.
A conferência de abertura será feita por Erick Felinto, jornalista e pesquisador do CNPq. O tema será a importância das noções de erro e ruído nos processos informacionais, culturais e artísticos da contemporaneidade. A jornalista Cora Rónai, especializada em tecnologia e colunista de O Globo, que conquistou vários prêmios Comunique-se como Melhor Jornalista de Tecnologia, dividirá em 17/3 a última mesa do evento com Marcelo Tas, âncora do programa CQC e detentor de vários prêmios internacionais de jornalismo.
A oitava edição dos Seminários Internacionais Museu Vale recebe também convidados internacionais. Simon Biggs (Inglaterra), que fala no dia 16/3, é artista midiático, escritor e curador, com obras expostas em galerias importantes como a Tate Modern de Londres e o Centre Pompidou, de Paris. Lev Manovich, que faz a conferência de encerramento no domingo, 17/3, é artista plástico, arquiteto e programador de tecnologias. Radicado nos Estados Unidos, é autor de vários livros, professor convidado em dezenas de universidades e já escreveu mais de 100 artigos sobre arte e tecnologia, publicados em mais de 30 países.
As inscrições para os Seminários Internacionais Museu Vale 2013, sempre muito disputadas, começam às 8h do dia 18 de fevereiro, somente pelo site www.seminariosmv.org.br. Toda a programação é gratuita e as vagas são limitadas.
Os Seminários Internacionais Museu Vale
Promovidos desde 2006, os Seminários Internacionais Museu Vale inauguram as atividades anuais do Museu. O evento – inserido no calendário das principais atividades culturais do país – surgiu a partir de uma dupla demanda: a necessidade de promover a exposição de um pensamento crítico de arte, com palestras de artistas, filósofos, críticos e curadores, a fim de criar e fomentar um público de arte contemporânea, e também para atender à própria arte contemporânea, que, ao romper os limites entre arte e pensamento, faz do pensamento uma obra de arte. A cada seminário, o Museu Vale publica um livro com os textos dos palestrantes, oferecido gratuitamente ao público no primeiro dia de atividades e distribuído, posteriormente, para bibliotecas, instituições de ensino, artistas e críticos do país.
O propósito dos Seminários Internacionais Museu Vale é semear, plantar e colher o que é próprio da arte contemporânea: a compreensão de que, em toda a realidade já constituída, há sempre a possibilidade original de sua transformação.
A primeira edição, realizada em março de 2006, com o tema “Arte no pensamento”, buscou compreender como a arte foi pensada na tradição filosófica do Ocidente. Em março de 2007, a segunda edição versou sobre “Sentidos na/da artecontemporânea”, que objetivou pensar as noções de espaço, tempo, corpo e política, tanto naquanto da arte contemporânea. Em março de 2008, a terceira edição abordou a questão “por que poetas em tempo indigente?”, formulada pelo poeta alemão Friedrich Hölderlin em seu poema Pão e vinho, com o propósito de, por um lado, diagnosticar a crise do mundo moderno e a decadência do homem atual; e, por outro, pensar a importância e o papel da arte hoje. Em 2009, em sua quarta edição, o tema do seminário foi “Criação e crítica”, com a intenção de promover, através do diálogo entre artistas e críticos, uma reflexão sobre a arte,
tanto na perspectiva de quem a produz quanto na de quem a analisa.
O tema da quinta edição dos Seminários (2010) foi “Do fundo abismo nascem as altasmontanhas – ou: de como superar uma crise”, cuja proposta foi pensar a crise positivamente, no sentido de sua efetiva superação. Em 2011, a sexta edição teve por tema “Homo faber: o animal que tem mãos”, com o propósito de pensar como os seres humanos produzem o seu ambiente por meio de ferramentas e, assim, compreender os vários dilemas que envolvem a criação artística e técnica, o design e o consumo. Em 2012 o tema escolhido foi “Se essa rua fosse minha... sobre desejos e cidades”, que surgiu da ideia de incentivar a compreensão das possibilidades plásticas de construir a vida urbana.
O Museu Vale
Principal ícone da arte contemporânea no Espírito Santo, o Museu Vale tem como objetivo preservar a história do universo ferroviário e promover exposições de arte contemporânea, workshops de arte e filosofia para universitários e artistas, e oficinas de arte com crianças e adolescentes das redes pública e particular de ensino. Desde que foi inaugurado, em 15 de outubro de 1998, já recebeu mais de um milhão de visitantes. Gerido pela Fundação Vale que, através de parcerias com o poder público e a sociedade civil, busca contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades onde a Vale atua.
O Museu Vale já sediou dezenas de exposições importantes, dentre as quais “Babel”, de Cildo Meireles (2006, com itinerância na Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo e detentora do Troféu APCA de melhor exposição do ano); “Salas e abismos”, de Waltercio Caldas (2009); “Amazônia, a arte” e “Atrás do porto tem uma cidade”, de Eder Santos (2010);
“Anticorpos”, dos Irmãos Campana (2011); “Fermata”, de OSGÊMEOS (outubro/2011 a fevereiro/2012);
“Água Viva”, de Shirley Paes Leme (junho a agosto/2012); e “Paulo Mendes da Rocha: a natureza como projeto”, retrospectiva da obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (outubro 2012 a fevereiro/2013).
Por meio de seu Programa Educativo, que já beneficiou mais de 21.000 jovens da Grande Vitória, o Museu Vale realiza workshops criados por arte-educadores convidados e ministrados por estagiários de nível universitário. Também como parte da iniciativa, jovens aprendizes recebem capacitação em ofícios relativos à montagem e desmontagem das exposições.
Memória
Em seu espaço, o Museu Vale abriga ainda o Centro de Memória da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ferrovia por onde passa o único trem de passageiros diário do Brasil que percorre longas distâncias. Visitar o acervo (filmes, fotos e textos históricos sobre a linha férrea da Vale) é fazer uma verdadeira viagem no tempo. Seu acervo de arte contemporânea (livros, catálogos, revistas e fôlderes de artistas nacionais e internacionais) vem sendo organizado desde 2006, e está disponível para consulta de estudantes e pesquisadores acadêmicos. Somente no ano passado, o Centro de Memória recebeu a visita de 191 pesquisadores. O espaço está aberto ao público de segunda a sexta das 10 às 18h (em janeiro) e das 8h às 17h (de fevereiro a dezembro).
Serviço
“Arte-cyber-cultura: a trama das redes”
Seminários Internacionais Museu Vale – VIII Edição
Data: de 13 a 17 de março de 2013
Local: Museu Vale
Endereço: Antiga Estação Pedro Nolasco s/no – Argolas – Vila Velha – ES
Telefone: 55 (27) 3333– 2484
Horários:
- Dia 13, das 19 às 21h
- Dias 14 e 15, das 15 às 18h e das 19 às 21h
- Dias 16 e 17, das 11 às 14h e das 15 às 17h
Inscrições gratuitas: a partir das 8h do dia de fevereiro 18, exclusivamente através do site www.seminariosmv.org.br.
Assessoria de Imprensa Vale – ES
Assessoria de Imprensa do Seminário
Meio e Imagem Comunicação
Ana Ligia Petrone – Flávia Motta – Maurette Brandt
Tels.: (21) 2533 6497 / 2533 4748 / 3173/ 1748
[email protected]
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