Cultura
VATICANO NOMEIA  POETA BIBLISTA PORTUGUÊS CONSULTOR DO CONSELHO PONTIFÍCIO DA CULTURA
 
 
Vaticano
       
Padre José Tolentino Mendonça nomeado consultor do Conselho Pontifício da Cultura
       O papa Bento XVI nomeou o padre José Tolentino  Mendonça  consultor do Conselho Pontifício da Cultura, anunciou hoje a  sala de imprensa da Santa Sé.
       A designação do diretor do Secretariado  Nacional da Pastoral da  Cultura foi feita sob proposta do cardeal  italiano D. Gianfranco Ravasi,  presidente do Conselho Pontifício da  Cultura, organismo do Vaticano.
       A designação do poeta e biblista português foi acompanhada pela   nomeação para as instâncias do Conselho de criadores nas áreas do  pensamento, música  e arquitetura, além de bispos e padres.
       Entre os novos membros do dicastério encontram-se o   compositor estónio Arvo Pärt e o filósofo francês Jean-Luc Marion, bem  como o cardeal  italiano Salvatore Fisichella, presidente do Conselho  Pontifício para a Promoção  da Nova Evangelização.
       As nomeações para membros do Conselho da Cultura incluem  clero  da Europa, América, África e Ásia: os cardeais Laurent Pasinya,  responsável  pela arquidiocese de Kinshasa (República Democrática do  Congo), e Donald Wueri,  titular da arquidiocese de Washington (EUA); o  arcebispo Giuseppe  Bettori, da arquidiocese de Florença; o bispo Joseph  Vianney Fernando, que preside à diocese de Kandy (Sri Lanka); e o padre  François Bousquet, professor na  Faculdade de Teologia do Instituto  Católico de Paris (França).
       Santiago Calatrava
 Além do padre Tolentino Mendonça, o Conselho Pontifício da   Cultura passa a integrar entre os seus consultores o arquiteto espanhol   Santiago Calatrava, assim como Francesc Roselló, docente de Filosofia  em  Barcelona (Espanha), Piero Benvenuuti, professor de Astrofísica e  diretor do  Centro de Ciências e Atividades Espaciais na Universidade de  Pádua (Itália).
 O alemão Wolf Joachim Singer, professor de Neurologia e  diretor do  Instituto Max Planck, na Alemanha, o norte-americano Bruno  Coppi, docente de Física no Massachusetts  Institute of Technology-MIT  (EUA), a italiana Micol Forti, curadora da Coleção de Arte   Contemporânea dos Museus do Vaticano e a jornalista belga Marguerite  Peeters  também foram nomeados consultores.
 Arvo Pärt
 As nomeações abrangem também os sacerdotes Edouard Ade, do   Benim, professor na Universidade Católica da África Ocidental, o  italiano Antonio Spadaro,  diretor da revista ?La Civilità Cattolica? e  docente na Faculdade de Ciências  Sociais da Pontifícia Universidade  Gregoriana, e o espanhol Fidel Fernández, das  Pontifícias Universidades  Gregoriana e Urbaniana.
 Esta é a segunda nomeação de portugueses para aquele   dicastério  no espaço de um mês, depois de em novembro o bispo D.   Carlos Azevedo ter  assumido  as funções de delegado, ficando a  trabalhar na área dos bens culturais da Igreja.
 
       Rui Jorge Martins
© SNPC |         10.12.11         Conselho Pontifício da Cultura
- Padre Tolentino Mendonça diz que nomeação para consultor do Vaticano reconhece trabalho da Pastoral da Cultura em Portugal
O padre José Tolentino Mendonça, que foi este  sábado nomeado  pelo papa Bento XVI para consultor do Conselho  Pontifício da Cultura, considera  que a escolha reconhece o trabalho  realizado em Portugal.
  
       O poeta e biblista 
afirmou à Renascença que  recebeu a  notícia 
com «alegria» porque a nomeação 
«também é um  reconhecimento
por todo o  trabalho da Pastoral da Cultura 
que está  realizado em Portugal há uma década
e  que vai ganhando uma expressão  cada vez maior».
       O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da  Cultura  disse que encara a missão com «sentido de responsabilidade» e  vontade «de estar  disponível e ser útil para assessorar naquilo que for  necessário».
       «Esta organização da Igreja,
o Conselho  Pontifício para a  Cultura,
tem de facto uma frescura e um alcance ao  diálogo 
da Igreja com o  mundo que é de facto uma nota 
de enorme  esperança», acrescentou.
       A nomeação do papa 
foi feita no seguimento de  proposta 
do  presidente daquele dicastério da Santa Sé,
o cardeal  italiano Gianfranco  Ravasi.
              © SNPC |         10.12.11         

José Tolentino Mendonça
Poeta, sacerdote e professor, José Tolentino Mendonça nasceu em 1965,  na Ilha da Madeira. Doutorado em Teologia Bíblica, em Roma, volta para  Lisboa e nesta cidade, torna-se capelão e docente da cadeira de Teologia  Bíblica na Universidade Católica. 
Padre desde os 24 anos de idade, José Tolentino Mendonça afirma que a sua vocação religiosa "foi  uma coisa da juventude, inconsequente, imprudente, inesperada, que eu  procuro manter. 
Ser padre é (...) 
aceitar a pobreza como condição.
 E a  pobreza é uma coisa chata de viver. 
É achar que isso pode ser uma forma 
de dizer alguma coisa ao seu tempo. ". 
Ocupando já um lugar de destaque na poesia portuguesa contemporânea, o  autor, para quem "A poesia é a arte de resistir ao seu tempo", integrou  uma delegação que representou Portugal, então país homenageado, em 1999,  na 9.ª Bienal Internacional do livro do Rio de Janeiro, ao lado de uma  plêiade conceituada de escritores e poetas portugueses.
Este prestígio  foi legitimado através da escolha do seu nome para fazer parte de uma  antologia de poetas portugueses, da responsabilidade da Lacerda  Editores. Organizada por Alberto da Costa e Silva e Alexei Rueno, esta  obra intitulada "Panorama da Moderna Poesia Portuguesa", reúne 72 poetas  modernos consagrados, nomeadamente Jorge Sena, Nuno Júdice e Fernando  Pinto do Amaral.  Em 2000, fez a apresentação da reedição do livro O Pobre Tolo de Teixeira de Pascoaes, escritor falecido em 1952 e de quem Tolentino Mendonça dizia ser "uma figura de fronteira na paisagem mental do século português ". 
Editou o seu primeiro livro de poesia Os Dias Contados em 1990 e, desde então, tem diversificado a sua obra como poeta, ensaísta e tradutor.  Assim, em 1997 traduziu Cântico dos Cânticos, em 1994 editou o ensaio As Estratégias do Desejo: Um Discurso Bíblico Sobre a Sexualidade, em 1997 Longe Não Sabia, em 1998 A que Distância Deixaste o Coração e, finalmente, o livro de poesia De Igual Para Igual. 
 
                          
 Pe José Tolentino de Mendonça 
responde a Saramago 
O director do Secretariado 
Nacional da Pastoral  Cultura manifestou a sua ?desilusão?
com a obra «Caim», novo livro de  José Saramago.
Em entrevista à Agência Ecclesia, o P. José  Tolentino Mendonça considera que o Nobel da Literatura fez uma releitura  ?banal? do texto bíblico, longe das ?páginas magistrais? de John  Steinbeck em «A Leste do Paraíso» ou da interpretação do filósofo Paul  Ricoeur da fraternidade como ?decisão ética?.
A obra ficou  envolta em polémica quando o autor, a propósito da apresentação mundial  do livro, afirmou que "a Bíblia é um manual de maus costumes, um  catálogo de crueldade e do pior da natureza humana".
?A  perplexidade trazida pelas afirmações de José Saramago é, no fundo, como  é que um grande criador, um grande cultor da língua, pode, em relação a  um superclássico da literatura mundial ? património de cultura  diferentes, fonte de inspiração para tanta literatura ? pode dizer da  Bíblia, com o simplismo e o olhar com que o fez, as coisas que Saramago  tem dito?, atira o director do Secretariado Nacional da Pastoral  Cultura.
Tolentino Mendonça 
lamenta que, em «Caim», 
José Saramago escreva que a Bíblia
é ?o livro dos disparates?.
?É uma redução inaceitável, 
não só do ponto de vista da fé, 
mas do ponto de vista da cultura?, 
defende.
Tolentino Mendonça comenta «Caim»O  professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica lembra que  Saramago é um leitor que ?revisita permanentemente a Bíblia?, seja em  citações, seja nas suas personagens, mas o resultado desse esforço na  sua última obra é, para o sacerdote madeirense, ?absolutamente uma  desilusão?.
?Esperar-se-ia muito mais
da revisitação que um  grande escritor
pode fazer do texto bíblico?, indica, considerando
que o  livro de Saramago é, ?em grande medida, 
um texto banal?.
A  Bíblia está aberta a várias leituras, crentes e não crentes, mas nem  todas são válidas. O exegeta e poeta manifesta ?perplexidade? por  Saramago não tomar em consideração a necessidade de uma ?interpretação?  do texto, tomando-o à letra, ?no seu absurdo?.
?O que impressiona  neste opção é ele (Saramago, ndr) recusar que aquele texto precisa de  uma interpretação, de uma leitura simbólica?, declara.
José  Tolentino Mendonça realça que a Bíblia ?é um livro de fé, que é lido a  partir dessa perspectiva por milhões de pessoas, e ao mesmo tempo um  livro de literatura, um superclássico?.
Nesse sentido, é  necessária ?uma compreensão da Bíblia enquanto texto literário para  verdadeiramente chegar ao seu sentido?, é preciso ?ir à terra do poeta?,  como se referia no Vaticano II, perceber que há ?um sentido segundo,  terceiro, que não se pode ler de forma literal e unívoca, que os géneros  literários são para respeitar?.
O sacerdote considera ainda que  as declarações de José Saramago sobre Deus e a Bíblia estão muito  marcadas pela ideologia do escritor, mais do que por uma tentativa de  ?recriação profunda das temáticas abordadas nos textos bíblicos?. 
Fonte: Agência Ecclesia (www.agencia.ecclesia.pt)Terça-feira, 20 de Outubro de 2009
Bibliografia
                                 Pai-Nosso que estais na Terra    
     2011  Edições Paulinas        
                  O Tesouro Escondido    
     2011  Edições Paulinas        
                  O Hipopótamo de Deus e Outros textos    
     2010  Assírio & Alvim        
                  A Noite Abre Meus Olhos    
     2010  Assírio & Alvim        
                  Histórias escolhidas da Bíblia    
     2009  Assírio & Alvim        
                  A Leitura Infinita    
     2008  Assírio & Alvim        
                  Pentateuco    
     2007  Assírio & Alvim        
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 BELA PÁGINA : RECOMENDO
http://radeir.blogspot.com/2011/09/abracados-podemos-voar-jose-tolentino.html 
Li
Fonte:
http://www.snpcultura.org/padre_jose_tolentino_mendonca
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