Uma viagem no tempo e resgate da memória canela-verde para comemorar os 477 anos de Vila Velha: a partir deste domingo (20), o antigo e charmoso bonde que circulava na Grande Vitória nas primeiras décadas do século passado será exposto durante a semana do Solo Espírito-Santense, na Praça Duque de Caxias, Centro.
Juntas, Vila Velha e Vitória tiveram 25 bondes. Apenas um restou e ficava na sede da Escelsa em Carapina, Serra, mas este ano foi cedido à Prefeitura de Vila Velha para resgatar a memória da época dourada dos bondinhos. Principal meio de transporte da época, ele foi abricado nos Estados Unidos e era todo aberto para ventilação, com assentos de madeira.
História
A tripulação dos bondes - motorneiro, condutor, fiscal e fiscal geral - recebiam passageiros vestidos de uniforme cáqui e quepes. O motorneiro acionava e conduzia o bonde, o condutor tinha a função de cobrar as passagens e o fiscal, ficava na parte de trás. O percurso em Vila Velha era de 10 km de trilhos, por onde circulavam dois bondes.
Um saía do Centro, outro de Paul, e o cruzamento dos dois acontecia na Estação de Aribiri. As primeiras linhas surgiram em Vila Velha, no ano de 1912, sob muitas expectativas e um marco importante para a história da cidade, com o crescimento do núcleo urbano e dos bairros. A linha que circulava entre a Av. Jerônimo Monteiro e Rua Luciano das Neves onde estimulou o crescimento do local.
Dona Maria Lúcia Alves moradora de Vila Nova andou muito tempo de bonde, e essa história ela guarda na memória com muita saudade. “Morava com meus filhos na Prainha e nosso principal meio de transporte era o bonde. Era muito gostoso andar naqueles bondes e será muito especial revê-lo de perto e relembrar épocas boas da minha vida”, contou.
Agora, o vila-velhense poderá conferir de perto um pouco da sua história. O bonde estará exposto à visitação, durante toda a semana de aniversário da Colonização do Solo Espírito-Santense e, logo depois, na Casa da Memória, na Prainha.