Cultura
POR QUE NIETZSCHE DÁ TANTO IBOPE?
O que tanto fascina em Friedrich Nietzsche? Não é exagero dizer que ele é o filósofo da moda. “Quando Nietzsche chorou”, “Nietzsche para estressados” são apenas alguns livros que usam o nome do filósofo para chegar ao topo das listas de bestsellers. Há muitas teorias para esta popularização de Nietzsche entre letrados e iletrados. A dominante, é que sua filosofia é radical quando ele enfatiza que as emoções e as forças irracionais exercem um papel importante na construção dos valores humanos. E isto inclui seu combate ao cristianismo, não aceitando o preceito básico da moral cristã de que todos os homens têm o mesmo valor. Para Nietzsche isso era uma balela. Shakespeare e Beethoven, entre tantos gênios, provaram sua tese de que existem pessoas melhores do que as outras. Em “Assim falou Zaratustra”, seu livro mais popular, ele inventou o Übermensch ou o “super-homem”. Uma teoria complexa que acabou sendo exaltada por Hitler meio século depois. Numa temível simplificação, ele via nela uma comprovação para o seu anseio de, a partir da “raça” ariana, criar um homem superior.
Afora esta odiosa utilização pelos nazistas (Nietzsche estava morto há 30 anos quando Hitler surgiu como líder na Alemanha) - esta espécie de possível “sustentação filosófica” para teorias racistas -, Nietzsche encanta pela sua permanente transgressão ao pensamento filosófico estabelecido. Por outro lado, é quase certo que tenha influenciado Sigmund Freud, cuja obra explorou a natureza e o poder dos desejos inconscientes. No belíssimo livro Uma breve história da filosofia, de Nigel Warburton, há um capítulo extremamente esclarecedor sobre esta questão da popularidade do filósofo. Veja o trecho em que Warburton inicia seu capítulo sobre Nietzsche:
“Deus está morto.” Essa é a citação mais famosa do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Mas como Deus poderia morrer? Supostamente, Deus é imortal. E seres imortais não morrem, mas vivem para sempre. De certa forma, porém, a questão é essa. É por isso que a morte de Deus soa tão estranha: não há como ser diferente. Nietzsche estava deliberadamente brincando com a ideia de que Deus não poderia morrer. Ele não estava dizendo literalmente que Deus estivera vivo em algum momento e que agora não estava mais, e sim que a crença em Deus havia deixado de ser razoável. Em seu livro, A gaia ciência (1882), Nietzsche colocou a frase “Deus está morto” na boca de um personagem que segura um lampião e procura por Deus em todos os lugares, mas não consegue encontrá-lo. Os habitantes do vilarejo pensam que ele é louco.
Nietzsche foi um homem memorável. Nomeado professor da Universidade de Basel aos 24 anos, ele parecia decidido a seguir uma distinta carreira acadêmica. Contudo, esse pensador excêntrico e autêntico não se adaptou e parecia gostar de dificultar a própria vida. Ele acabou deixando a universidade em 1879, em parte devido à sua saúde debilitada, e viajou para a Itália, a França e a Suíça, escrevendo livros que quase ninguém lia na época, mas que hoje são famosos como obras tanto literárias quanto filosóficas. Sua saúde mental piorou, e ele passou grande parte do fim da vida em um manicômio.
Fonte: L&PM Blog.
loading...
-
Reflexoes : A Origem Da Obra De Arte, De Heidegger
Hölderlin é poeta de predileção de Heidegger, como o fora de Nietzsche, seu primeiro leitor. O silêncio dos místicos, de la música callada de San Juan de la Cruz, encontra-se certamente na obra desse...
-
A Arte Como Forma De AceitaÇÃo Da Nudez
CAPÍTULO 4SÃO PAULO 2009 ALBERTO SIUFI JUNIOR É a grande Katharsis pela arte, de acordo com o filósofo brasileiro HubertoRohden24. Se o universo (todo) é puro e belo, como pode o homem (uno) ser impur ou feio? ...
-
Discussões E Reflexões » Desafios Contemporâneos ? O Pensamento ? Oswaldo Giacoia Jr.
Discussões e Reflexões » Desafios contemporâneos ? o pensamento ? Oswaldo Giacoia Jr.Discussões e Reflexões Uma visão sobre o mundo contemporâneo Categorias: Crise-Filosofia-Mitos-Política-Reportagens-Sexualidade-Vida e...
-
Filosofia, Vivência E Experimento: A Vida Como Experiência Do Pensar Em Friedrich Nietzsche | Cpfl Cultura
Discovered Filosofia, vivência e experimento: a vida como ... via tudoapampa Follow my videos on vodpod ...
-
SÉrie Grandes Obras Da Literatura Mundial - Crime E Castigo
Crime e Castigo é um romance do escritor russo Fiódor Dostoiévski publicado em 1866. Narra a história de Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem estudante que comete um assassinato e se vê perseguido por sua incapacidade de continuar sua vida...
Cultura