Cultura
SEMANA JORGE AMADO - 100 ANOS
Baiano amado e imortal
Eventos e reedições marcam centenário de Jorge Amado
Se estivesse vivo, Jorge Amado completaria cem anos nesta sexta-feira, dia 10 e o Outros 300 listará, durante a semana, várias obras e estórias do honorário autor. Entre os autores brasileiros mais populares e vendidos do mundo, o baiano teve várias de suas obras foram adaptadas para a TV, o cinema e o teatro. Neste ano do seu centenário, enquanto a Globo exibe o remake de "Gabriela", uma série de lançamentos e eventos marcam a data (veja mais abaixo).
A Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual Jorge Amado foi membro a a partir de 1961, também tem realizado uma série de eventos em parceria com universidades e instituições culturais da Europa e do Brasil, propondo, especialmente, releituras que permitam uma construção crítica do papel que o autor, morto em 2001, desempenhou e do lugar que ocupa na literatura nacional.
A escritora Ana Maria Machado, presidente da ABL, afirmou, por meio de comunicado oficial, que poucos escritores tiveram a importância comparável à de Jorge Amado em sua contribuição para a formação de um público leitor no Brasil. "Sua obra marca o imaginário brasileiro desde a década de 1930, quando começou a publicar seus romances e iniciou uma carreira de sucesso que logo ultrapassaria as fronteiras do nosso país", declarou.
Brasil moderno
Em um texto para a série "Cadernos de Leituras", da Companhia das Letras, que em 2008 iniciou o processo de reedição da obra completa de Jorge Amado, o crítico literário José Castello diz que o baiano foi "inventor do Brasil moderno" e que nenhum outro teve sua imagem pessoal tão ligada à do país quanto ele.
Castello aponta dois elementos fundamentais da literatura de Amado: a memória pessoal e o retrato do Brasil, que se misturam e se confundem. "Quando resolve discorrer sobre o país, é de si e sua origem existencial que ele fala."
Ao se inventar como escritor, diz Castello, Amado reinventou o Brasil: "A partir dele não podemos mais pensar em nosso país sem as cores e o sensualismo, a mestiçagem e o sincretismo, a fibra e a alegria que norteiam suas narrativas. Somos, de alguma forma, seus personagens."
É óbvio que as opiniões divergem. Boa parte do meio acadêmico, por exemplo, não aprecia a obra de Jorge Amado. Wilberth Salgueiro, do departamento de Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), joga nesse time. Para ele, há mais relaxo e menos capricho, no que concerne à estética literária. "Mas, se a crítica ainda não reviu o valor de Jorge, por populista, os leitores ainda o amam, o mimam, por popular. De um jeito e de outro, a literatura dele se perpetua, feito Dona Flor, do cânone à margem."
Para celebrar
Gabriela, Cravo e Canela
O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela, que está no ar na Rede Globo com o remake da novela, protagonizado por Juliana Paes, ganhou nova edição pela Cia das Letras (à esq.), que desde 2008 reedita a obra do escritor.
Tieta
DVD
Para marcar o centenário de Amado, está sendo lançada uma caixa com 11 discos (cerca de 40 horas) com a novela que foi um dos maiores sucessos da TV Brasileira. Escrita por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, baseia-se no livro “Tieta do Agreste”. R$ 165 (acima, à direita).
Concerto Amado Amar
Orquestra Sinfônica da Bahia
O espetáculo acontece nos dias 10 e 11 de agosto, na Bahia, no Teatro Castro Alves e no Pelourinho, respectivamente, com entrada gratuita. O evento terá participação de artistas como Moraes Moreira e Saulo Fernandes (da banda Eva).
Festival Amar Amado
Várias atrações
O evento começou no último sábado e segue até este domingo, em Ilhéus, no sul da Bahia, com shows de nomes como Caetano Veloso, Margareth Menezes e família Caymmi, além de exibição de filmes como “Quincas Berro D’Água” e “Barravento”, além de palestras e peças teatrais.
Jorge, Amado e Universal
Museu de Arte Moderna da Bahia
A exposição, que já passou pelo Museu da Língua Portuguesa (SP), entra em cartaz em Salvador, nesta quinta. A mostra, que ficará aberta até 14 de outubro, traz fotos, objetos, folhetos de cordel, filmes e outros itens que fizeram parte da vida do autor.
* Fonte Jornais A Gazeta, O Globo e O Estado de São Paulo
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