Cultura
RETROSPECTIVA SÉRIES 2013
Programas cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros, as séries tiveram um grande ano no Brasil e no exterior. Tanto que foi muito difícil escolher somente dez destaques. Vejam abaixo uma retrospectiva com 10 grande séries brasileiras e estrangeiras do ano.
Depois de fazer as retrospectivas do cinema e da música (links abaixo), agora é a vez das séries. Confira:
http://outros300.blogspot.com.br/2013/12/retrospectiva-cinema-2013.html
http://outros300.blogspot.com.br/2013/12/retrospectiva-musica-2013.html
Se Eu Fosse Você (Fox)
O maior desafio de 'Se Eu Fosse Você - A Série' é, indiscutivelmente, quebrar a imagem da dupla de protagonistas do filme, interpretado tão competentemente, por Tony Ramos e Glória Pires. Tanto que para esta nova empreitada dois excelentes atores da nova geração foram convocados: Heitor Martinez e Paloma Duarte. Não bastando, até um novo argumento foi criado. Saí um casal casado, e entra um casal inimigo.
Apesar da evidente capacidade de Heitor e Paloma a sombra de Tony e Glória permeou o tempo todo no primeiro episódio. Tanto que revi a estreia três vezes antes de escrever a crítica na esperança de acabar tendo uma diferente visão das coisas. Infelizmente não consegui. Por mais que Martinez e Duarte se esforçassem, a atuação de Ramos e Pires foi tão marcante, mas tão marcante, que invariavelmente nos pegamos comparando as atuações, e aí, meu amigo, é covardia! Ainda assim valeu pela diversão.
House of Cards (Netflix)
Com elenco impecável, roteiro e diálogos sensacionais, “House of Cards” é uma drama político até para quem torce o nariz para o gênero. Produzida para o serviço de streaming Netflix, a série que acompanha o ambicioso congressista americano interpretado por Kevin Spacey e sua busca inescrupulosa por poder alcançou um feito já na primeira temporada: foi a primeira atração online a ganhar o Emmy (não um, mas três, incluindo Melhor Diretor, para David Fincher).
CSI Las Vegas (Sony)
Mas o que impressiona mesmo é o roteiro. Um assassinato dentro de um avião onde todos são suspeitos, uma apresentadora de TV morta ao vivo, e outra em que a única testemunha é um cão, são só algumas das engenhosas histórias criadas pela ex CSI Liz Devine, roteirista da série desde 2007 e atual manda-chuva na área neste ano. Não bastasse a engenhosidade na criação das histórias, o desenrolar e, principalmente, o desfecho das tramas são coesos e possíveis de acontecer, deixando-nos surpresos e boquiabertos com tamanha criatividade.
Game of Thrones (HBO)
Pode parecer fácil adaptar um sucesso literário, mas a tarefa torna-se hercúlea quando se trata da fantasia medieval criada por George R. R. Martin em “As Crônicas de Gelo e Fogo”. Mérito da HBO, que não economizou em cenários, figurinos e figurantes. Tudo na série é monumental. Na terceira temporada, as qualidades da série ficaram ainda mais evidentes, ao adaptar aquele que é considerado o volume mais tenso – e denso – da saga literária.
A Vida de Rafinha Bastos (FX)
É necessário que se saliente: Se há uma grande virtude em 'A Vida de Rafinha Bastos' é sua imagem inovadora, pois coloca um comediante vivendo uma versão fictícia de si mesmo, coisa inédita por aqui. Há quem lembre com saudosismo de Seinfeld, a sitcom mais popular da TV mundial, como referencia inicial. Mas a influência, na verdade, é outra: a nova onda de séries gravada com uma câmera dos canais de TV paga americana, que iniciou em 2000 (lá se vão 12 anos) com Curb Your Enthusiasm, de Larry David, e passa por Fat Actress, The Sarah Silverman Program, Louie e Episodes, entre outras. Rafinha aqui é Rafinha, mas um Rafinha de ficção, e o charme aqui, conforme dito, é que o formato é inédito no Brasil.
Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. (Warner)
Ok, a série não é nenhuma obra-prima. Mas é preciso admitir que trouxe frescor ao horário nobre da TV paga, com super-heróis, missões secretas, gadgets fabulosos e diálogos espertos. Funciona bem como complemento ao universo Marvel que invadiu os cinemas com “Os Vingadores” e seus derivados.
Sai de Baixo (Globo e Viva)
O lado interessante do programa foi que, por ser veiculado numa TV fechada, não se furtou de fazer piadas politicamente incorretas. O clima mais leve permitiu que algumas cenas que deram errado fossem ao ar assim mesmo, o que foi ponto a favor. Num contexto geral, apesar de fraco, o programa é uma boa pedida. Especialmente para a galera que o acompanhou em sua primeira versão. A turma mais nova talvez ache chato.
The Blacklist (Warner)
Esta é, sem dúvida, a melhor estreia da TV paga brasileira neste ano. James Spader está um espetáculo como um criminoso internacional que passa a colaborar com o FBI para entregar bandidos de alta periculosidade e, de quebra, se livrar da concorrência. Mescla bem equilibrada de ação com as boas e velhas tramas de espionagem.
A Menina Sem Qualidades (MTV)
Sob direção do curitibano Felipe Hirsch, que coleciona mais de 100 prêmios quando o assunto é direção teatral, a série é uma adaptação do romance alemão “Spieltrieb”, da escritora Juli Zeh. Com 12 capítulos, a atração é produzida em parceria com o estúdio Quanta. A trama traz um olhar sensível e ao mesmo tempo angustiante do jovem contemporâneo. Ambientada em um colégio de classe média, a história é centrada em Ana, uma jovem introspectiva de 16 anos, com uma inteligência acima da média. Alex (Rodrigo Pandolfo), 18 anos, é seu único amigo e também tem pouca paciência para os colegas da mesma idade. Por falta de fé, afirmam ser da geração pós-niilista – nem no nada acreditam.
Breaking Bad (AXN)
A televisão, a literatura e o cinema nunca vão se cansar de tramas que mostram a capacidade que o poder e a ganância têm de corromper o ser humano. A prova da força do tema é “Breaking Bad”, não à toa eleita a Melhor Série no Emmy deste ano. A quinta temporada, exibida neste ano no Brasil pelo canal pago AXN, fecha a saga de Walter White (Bryan Cranston), pacato professor de Química que, após descobrir que tem câncer em estágio terminal, vira o rei do tráfico de metanfetamina ao lado de seu ex-aluno (Aaron Paul).
Sessão de Terapia (GNT)
Grande momento do ano! Foi indiscutível que a versão brasileira da série israelense 'Be Tepul' exibida em sua primeira temporada no ano passado pelo canal pago GNT com o nome de 'Sessão de Terapia' foi um grande sucesso, de público e de crítica, seja pela qualidade na direção de Selton Mello, seja pela edição e fotografia, e seja por seu elenco (todos muito bem, mas especialmente Sérgio Guizé). Logo, quando chegou-se a informação que a série ganharia uma segunda temporada uma questão fez-se necessária: Será que a turma conseguirá fazer uma segunda temporada tão boa quanto a primeira? Bem. A julgar pelo primeiro episódio exibido ontem a noite sim. Théo (interpretado muitíssimo bem por Zé Carlos Machado) parece mais taciturno e mais perdido em suas fraquezas do que no primeiro ano da série, o que dá a seu personagem ainda mais atenção do público.
Os pacientes (o programa tem cinco personagens divididos em "sessões" distribuídos nos cinco dias de exibição) também prometem não deixar nada a perder em relação à excelente galera do primeiro ano. Tudo fica ainda mais denso, pois Selton Mello, diretor da atração, dá um ar sombrio à coisa, com direito a muitos closes e segundos de silêncio que parecem uma eternidade para os espectadores, ávidos pelos segredos a qual os pacientes trazem. O foco é na conversa dos personagens e parece impossível o que vou dizer, mas um programa que tem 30 minutos de diálogo sempre deixa a gente com vontade de quero mais. 'Sessão de Terapia' foi a melhor série nacional do ano. Disparado!
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